quarta-feira, 25 de junho de 2008

As variáveis de um ensino de qualidade


Na educação, alem de ensinar, tem-se que ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, ajudar a ter uma visão de totalidade, colaborando para que professores e alunos transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem.
Na verdade, educa-se quando se aprende de verdade com cada coisa, pessoas ou idéia que se vê, se ouve, se sente, se toca, se experiência, se lê, se compartilha e se sonha; quando se aprende em todos os espaços em que vive, inclusive a integrar em novas sínteses o real e o imaginário; o presente e o passado olhando para o futuro; ciência, arte e técnica; razão e emoção.
Atualmente se tem uma falsa visão de ensino de qualidade, colocando muitas escolas e universidades no pedestal, quando na verdade algumas delas têm apenas áreas de relativa excelência, e não ensino de qualidade, uma vez que este envolve muitas variáveis:
· Uma organização inovadora, aberta, dinâmica, com um projeto pedagógico coerente, aberto, participativo; com infra-estrutura adequada, atualizada, confortável; tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas.
· Uma organização que congregue docentes bem preparados intelectual, emocional, comunicacional e eticamente; bem remunerados, motivados e com boas condições profissionais, e onde haja circunstâncias favoráveis a uma relação efetiva com os alunos que facilite conhece-los, acompanhá-los, orienta-los.
· Uma organização que tenha alunos motivados, preparando intelectual e emocionalmente, com capacidade de gerenciamento pessoal e grupal.

Os custos para se chegar nesse ensino de qualidade são exacerbadamente altos, e na verdade temos um ensino muito mais problemático do que nos é divulgado. Existem muitos alunos que valorizam muito mais o diploma do que com o aprendizado, e o ensino hoje está muito mais voltado para o lucro fácil.
O maior desafio atualmente é caminhar para um ensino e uma educação de qualidade, que integre todas as dimensões do ser humano.

Um novo caminho para o ensino


É notório para todos as mudanças ocorridas na sociedade em todos os âmbitos. Mudou a maneira e se organizar as coisas, de produzir bens, de comercializá-los, de divertir-se, de aprender e de ensinar.
Numa sociedade mais interconectada como a atual, fica sempre a questão de para onde mudar mais no ensino. Alunos e professores sentem o convencionalismo dos métodos serem ultrapassados, e percebem que se perde muito tempo ensinando pouco, desmotivando ambos.
Percebe-se hoje que a educação é o principal caminho para transformar a sociedade. E isso incentiva investidores que importam os processos de reorganização e gestão trazidos das empresas a trazerem uma implantação de tecnologias telemáticas de alta velocidade, para conectar alunos, professores e a administração, com o objetivo de ter cada classe conectada à internet e cada aluno com um notebook.
No entanto, ensinar não depende apenas de novas tecnologias. Elas são importantes, mas não resolvem as questões de fundo, uma vez que ensinar e aprender são desafios constantes que enfrentamos em todas as épocas e principalmente na atualidade em que há essa transição pelo modelo da informação e do conhecimento.

O professor e o conhecimento


Vivemos no mundo globalizado, onde as pessoas estão reaprendendo a conhecer, a comunicar-se, a ensinar, a integrar o individual, o grupal e o social, em uma conecção humana com o tecnológico. Contudo é preciso prepara o professor para que possa chegar ao aluno por todos os caminhos possíveis; pela experiência, imagem, pelo som, representação, multimídia, pela interação on-line e off-line. Mas se o educador não tiver conhecimentos básicos, não tem condições de ensinar a seu aluno.
Professores e alunos necessitam ter aquisição à tecnologia, familiarizar-se com o computador, com seus aplicativos e com a internet. Aprender a utilizar no nível básico, como ferramenta. No nível mais avançado: dominar as ferramentas da WEB, do e-mail. Aprender a pesquisar nos Search, a participar de listas de discussões, a construir páginas.
A escola precisa de professores capacitados e com responsabilidade, pois usar a internet exige muita atenção, bom senso, gosto estético e intuição. Tudo isso para saber selecionar o que é bom para seu público alvo, reconhecer e apreciar páginas elaboradas com cuidado, bom gosto, integração de imagem e texto. Entretanto, há necessidade de adquirir conhecimento, pois conhecer é integrar a informação ao referencial, ao paradigma, apropriando-a, tornado-a significativa para todos. O conhecimento não se passa, o conhecimento se cria, se constrói.

Como usar um recurso audiovisual


A televisão e o vídeo representam uma nova postura com relação à sala de aula. É necessário fazer uma ponte entre o vídeo e as outras dinâmicas da aula, pois é partindo do concreto, do visível, do imediato, do próximo que podemos tocar todos os sentidos, uma vez que a linguagem da TV e do vídeo respondem à sensibilidade dos jovens e da grande maioria da população adulta. Incentiva a linguagem falada, musical e escrita.
Existem várias formas de usar estes aparelhos na educação escolar, dentre elas: trabalhar com vídeos simples de sensibilização, de ilustração, de simulação, vídeo como produção, como conteúdo de ensino, integrando o processo de avaliação. Isso facilita a aprendizagem do educando, direcionando-o a uma dimensão moderna, uma produção lúdica como meio contemporâneo e que integra uma linguagem nova.
O recurso audiovisual precisa ser usado com responsabilidade, a fim de despertar a curiosidade e a motivação para temas escolhidos pelo professor, ajuda a situar o aluno no tempo histórico, traz a sala de aula uma realidade desconhecida, de forma direta orientando sua interpretação e indireta permitindo abordagens múltiplas, interdisciplinares.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Linguagem Audiovisual


Diante da tecnologia presente na vida de todos, vê-se a necessidade de utilizá-la como recurso indispensável à educação, nessa luta travada pelos educadores para fazer da escola um ambiente que realmente promova a aquisição de conhecimentos.
O método tradicionalista ainda usado por muitos educadores, acaba afastando o educando desse foco. E a informática é um meio de chamá-los para o mundo globalizado, onde a internet possibilita comunicação e troca de informações em tempo real para pessoas em lugares completamente opostos. Dando aos alunos a oportunidade de descobrir por si mesmo o que está acontecendo no mundo, de viver experiências novas.
A linguagem escrita já não basta com a proliferação de tecnologias, de linguagens e de expressões. Isso implica alfabetizar os estudantes para que sejam capazes de elaborar suas próprias comunicações, com suas distintas linguagens, com distintas lógicas de articulação. E para isso o educador hoje encontra inúmeros recursos ao seu favor. O grande desafio que se depara é o de integrar consciente e criticamente toda a comunidade escolar, no mundo da sociedade globalizada.
Nós educadores, precisamos fazer uma reciclagem constante em nós mesmos, buscando referenciais, discutindo práticas pedagógicas e propondo novas reflexões. A televisão na escola significa, não apenas mais um expediente pedagógico, mas também uma nova opção educativa de colocar essa escola no mundo, abrindo novos espaços e novas perspectivas ainda não integralmente explorados. De acordo com Jean Piaget, a escolha dos gêneros está muito ligada ao tipo de emoção que se quer colocar no momento de lazer. Assim, o audiovisual age como um influenciador de sentido. É importante entender que o processo de cognição não é um processo racional, mas, afetivo. Portanto, o trabalho do professor é articular o emocional suscitado pelo audiovisual com o racional do discurso escolar.
Educar com a ajuda de novas tecnologias, é um desafio que ainda não foi seriamente enfrentado. Não basta levar os alunos ao cinema como um passeio, ou apresentar um vídeo para substituir a fala do professor sobre um determinado assunto. É preciso propor a leitura reflexiva desses meios, em um determinado contexto, com sua linguagem peculiar, sua manifestação cultural, bem como possibilitar o espaço da criação usando essa linguagem, extrapolando o papel passivo da recepção da imagem e do som.
Caminhamos para uma flexibilização forte de cursos, tempos, espaços, gerenciamento, interação, metodologias, tecnologias, avaliação. Isso nos obriga a experimentar pessoal e institucionalmente a integração de tecnologias audiovisuais e da internet. Num mundo em que a tecnologia avança diariamente, não usá-la como subterfúgio no aprendizado é simplesmente ser defasado.